terça-feira, 2 de julho de 2013

Pátria amada, idolatrada, salve, salve!


Caminhava pelas ruas de Marechal no último dia 19, uma quarta-feira, distraído do entorno e refletindo sobre os protestos de rua no dia anterior, quando ouvi, por trás de mim, o canto do hino nacional. Voltei-me e vi que era mais um protesto de rua: umas nove ou dez crianças do orfanato Casa Lar Áurea Celeste, empunhando cartazes com reivindicações de melhor educação e saúde. Cantaram ainda “Cidade maravilhosa” e posaram para fotografias da acompanhante-animadora. Aproximei-me e sorri para aquelas crianças.

Na Copa das Confederações, jogo Brasil x Itália, todos viram torcedores e atletas cantarem o hino nacional, à capela, depois de encerrada a orquestração na primeira parte do hino. O fato se repetiu na final do Maracanã, contra a Espanha. Entusiasmo cívico nunca visto! Ou o despertar político da maioria silenciosa.

Bando de fascistas!

Calma, leitor amigo. Já, já, explico o parágrafo acima.

Nestes dias tumultuosos e incertos, quando não sabemos onde tudo isto vai dar, naveguei pela internet em busca de respostas, ou melhor, dei algumas braçadas mal sabendo nadar, a partir de links do facebook. Li um artigo de alguém que não lembro o nome, num blog que também não lembro*. A articulista falava do protesto do dia 17/06, em São Paulo. Era militante do MPL (Movimento Passe Livre) e alertava para coisas estranhas, muito estranhas , que observara naquela noite: grupos estranhos ao seu, em rumos diferentes do seu, com reivindicações as mais diversas, repúdio a partidos, com as caras pintadas e cantando o hino nacional. Em alguns casos, violência, vandalismo. A mocinha militante denunciava a infiltração de gente estranha, muito estranha, e a certa altura, tentando desqualificar os manifestantes “infiltrados”, disparou: isso de cara pintada e hino nacional é coisa de integralistas, de fascistas!

Calma, gente! Muita calma, mocinha!

Os integralistas cantavam o hino nacional, e faziam coisas ridículas como usar farda e marchar nas ruas e gritar anauê com o braço direito levantado. E metiam-se em brigas com outras correntes políticas (comunistas e socialistas), brigas estas muito comuns também na Europa. Eles pretendiam ser um movimento puramente nacionalista, mas copiaram dos europeus as brigas e arruaças. Mas não é porque os integralistas cantavam o hino nacional que quem o canta agora também o é. Saiba, mocinha, que os integralistas distribuíam bolsas de alimentos aos pobres; nem por isso posso atribuir ao Lula os adjetivos de integralista ou fascista. A vida e a política vão além da simplificação que os rótulos sugerem.
A mocinha, digo mocinha porque me pareceu ter as certezas absolutas e definitivas dos muito jovens; a mocinha, dizia eu, talvez prefira cantar o hino da Internacional Socialista. Eu não sou tão globalizado assim, nem tão nacionalista que possa nutrir qualquer simpatia por integralistas, neo-nazistas e outras mazelas sócio-políticas do gênero. Mas canto o hino nacional.

* Quando resolvi escrever este texto, procurei na internet o blog e o artigo lido, baseado apenas na memória, pois não fiz qualquer anotação. Em vão. Talvez tenha achado o blog, mas não o artigo e a articulista.

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Mea culpa



No post anterior teci breves comentários  sobre as manifestações de rua em várias capitais contra o aumento de tarifas dos ônibus. Fiz um recorte pessoal e apressado das primeiras manifestações de acordo com a minha experiência passada de observador da cena política. E disse: Eu já vi esse filme.
Engano meu. Este filme é inédito.
Pude observar isto nas últimas manifestações do dia 18/06 (terça-feira).
Contra a minha crença, o movimento é apartidário, embora alguns partidos tentem pegar carona. É essencialmente constituído por jovens, que finalmente levantam suas vozes e se fazem ouvir. Aleluia! Eles são o futuro do país!
O aumento da tarifa dos ônibus foi o estopim, a senha, o destampe da panela de pressão onde ferviam e acumulavam pressão os descontentamentos do povo, mormente o de classe média, e que agora explodem, atingindo governantes, políticos e partidos.
Temo, porém, no desenrolar desse movimento pacífico, a atuação de grupos radicais e arruaceiros que podem provocar as forças de repressão. E nesse caso não tenho dúvidas de quem vai levar a pior.

sexta-feira, 14 de junho de 2013

Campanha eleitoral antecipada?


Andei lendo alguns artigos sobre as manifestações contra o aumento de tarifas nos ônibus do Rio e de São Paulo, entre outras capitais, e resolvi tecer breves comentários acerca de alguns aspectos que me chamaram a atenção. Imagens de policiais truculentos já não me seduzem.

Vejam a foto abaixo, da manifestação do Rio de Janeiro.


Que matemático teria calculado aquele percentual de 33%? Se o aumento das tarifas fosse esse, certamente já estaríamos em guerra civil. Se por 20 centavos já deu no que deu… E notem que o cartaz não foi feito de improviso, por algum manifestante apressado. Foi previamente planejado e impresso.

Para evitar que percam tempo calculando, o aumento de tarifa corresponde a 7,3% (arredondando), abaixo dos índices de inflação, portanto. Há seriedade nisso?

Reparem nos dizeres do outro cartaz: “Desculpem o transtorno. Estamos mudando o Brasil”.

Que pretensão! (talvez sincera, mas ingênua)

Não estão mudando o Brasil, estão repetindo procedimentos partidários velhos e desgastados. Não foi assim no “massacre de Pinheirinho – SP”? Esses Partidos minúsculos e radicais não têm dinheiro nem tempo na TV para fazerem campanha. Daí precisarem levantar bandeiras, chamando a atenção para si. E se for uma bandeira manchada de sangue, tanto melhor! Por isso mesmo essas manifestações sempre acabam em confronto. Eu já vi esse filme.



Mocinha, me desculpe, mas se quer mudar o país, saia às ruas reivindicando educação de qualidade e gratuita para o povo. Só a educação mudará o país. E me convide. Pela Educação, pela Democracia e liberdade de expressão, sairei às ruas, ombro a ombro com os jovens, apesar da minha idade. 

sábado, 27 de abril de 2013

Jurassic Park


Não, não vou falar do filme de Spielberg, apesar de gostar muito de cinema. O título refere-se a outro  zoológico, o nosso Congresso Nacional e adjacências, habitado por criaturas bizarras e medonhas que, se ainda não assustam – estão mais para o ridículo – , já começam a me provocar engulhos.
Não faz muito tempo, um ex-presidente chamava de jurássicos certos políticos que lhe faziam oposição. Pois bem, esses políticos estão agora no poder e ultimamente só fazem justificar aquela alcunha que lhes foi atribuída.
É fácil perceber isso na economia: preços subsidiados (derivados de petróleo), similar nacional (nas licitações da Petrobrás), desonerações pontuais (indústria automobilística, eletrodomésticos, cesta básica), escolha de empresas para fomentar, por meio do BNDES, mega-empresas genuinamente nacionais (Oi, JBS); tudo isto já foi tentado no passado e tudo resultou em fiasco. Parece que estes senhores e senhoras sofrem de uma incurável nostalgia do passado! Sem falar na redução forçada do lucro empresarial (energia elétrica), desmantelamento das agências reguladoras (nomeando políticos para cargos técnicos) e insegurança jurídica (politizando assuntos técnicos, como no caso dos royalties do petróleo).
Mas deixemos a economia de lado, que é assunto árido e enfadonho – falemos de algo mais passional: política.
Denunciados, julgados e condenados pelo STF, os mensaleiros não se conformam. Tramita agora no Congresso Nacional, com grande estardalhaço, a PEC 33/11, que pretende atribuir poderes ao Congresso para referendar (ou não) os julgamentos do STF em matérias de constitucionalidade e súmulas vinculantes (acatadas pelos tribunais inferiores). Desta forma o Congresso seria a última instância para determinadas questões político-jurídicas (as que interessarem aos políticos, como a impunidade, por exemplo).
Mal ou bem comparando, o que os jurássicos parlamentares querem é um quarto poder, semelhante ao Poder Moderador da constituição de 1824, outorgada por D. Pedro I à nação recém-independente. Este poder sobrepunha-se aos três outros e o imperador, titular dos poderes Executivo e Moderador, controlava direta ou indiretamente os dois outros. Nada mais autocrático e prepotente! Nada mais danoso à democracia - na verdade um golpe fatal a esse regime! Nada mais atrasado!  Nada mais jurássico!
E estes senhores ainda dizem que lutaram pela democracia nos idos das décadas de 60/70! É esta a democracia que querem? Acham-se e se dizem progressistas… e se inspiram na constituição de D. Pedro I.
Jurássicos! Jurássicos e calhordas, é o que são!
Só para constar, o Brasil e Portugal foram os únicos países no mundo que adotaram o instituto do Poder Moderador, que perdurou até a proclamação da república nos dois países. 
Fala-se que a atitude dos congressistas é uma retaliação à liminar concedida pelo ministro Gilmar Mendes, do STF, sustando a tramitação de outra emenda, esta dificultando a formação de novos partidos políticos. Ficaram melindrados, os jurássicos! O Congresso não pode ser humilhado assim! 
Mas quem humilha o Congresso são os próprios que lá estão, fazendo o que fazem -  ressalvadas as exceções cabíveis.
Esta emenda, na verdade, tem por finalidade  (nunca confessada) evitar que Marina Silva consiga registrar o seu partido para concorrer à presidência da república nas próximas eleições. Esses caras são capazes de tudo pela manutenção do poder!
E não esqueçamos outra emenda em tramitação (PEC 37) para tirar do Ministério Público o poder de investigar, não coincidentemente o mesmo Ministério Público que foi peça fundamental na investigação que informou o processo e a denúncia dos mensaleiros, levados a julgamento no STF. E aquelas tentativas, felizmente sempre frustradas, de aprovar uma lei de “controle social da mídia”.
O que essa gente quer é fazer o que o Chavez fez na Venezuela e o que a Cristina tenta fazer na Argentina, para citar os mais notórios e próximos. Nada mais jurássico, nos dias de hoje!
Abram os olhos, meus queridos!


OBS: Hoje, 25/06/2013, a Câmara dos Deputados rejeitou a PEC 37, sob forte pressão do povo nas  ruas.     

segunda-feira, 8 de abril de 2013

Procurando culpados - 2

Quem pensou que eu não gosto de poesia, enganou-se redondamente, pois vi esta no face e copiei. Foi postada por ALICE COUTINHO, internauta portuguesa e trata-se, se poesia não for, de uma peça de crítica irônica e bem-humorada à situação de crise por que passa Portugal. Como a moça não menciona a autoria dos versos, quero  crer que sejam dela mesma.

PS: Em resposta a uma indagação, Alice Coutinho diz que são de autoria desconhecida.

A CULPA
A culpa é do pólen dos pinheiros
Dos juízes, padres e mineiros
Dos turistas que vagueiam nas ruas
Das 'strippers' que nunca se põem nuas
Da encefalopatia espongiforme bovina
Do Júlio de Matos, do João e da Catarina
A culpa é dos frangos que têm HN1
E dos pobres que já não têm nenhum
A culpa é das prostitutas que não pagam impostos
Que deviam ser pagos também pelos mortos
A culpa é dos reformados e desempregados
Cambada de malandros feios, excomungados,
A culpa é dos que têm uma vida sã
E da ociosa Eva que comeu a maçã.
A culpa é do Eusébio, que já não joga a bola,
E daqueles que não batem bem da tola.
A culpa é dos putos da casa Pia
Que mentem de noite e de dia.
A culpa é dos traidores que emigram
E dos patriotas que ficam e mendigam.
A culpa é do Partido Social Democrata
E de todos aqueles que usam gravata.
A culpa é do BE, do CDS, do PS e do PCP
E dos que não querem o TGV
A culpa até pode ser do urso que hiberna
Mas não será nunca de quem governa

domingo, 24 de fevereiro de 2013

Dois pontos e uma vírgula


Nada a ver com regras de pontuação. Quero apenas escrever umas poucas palavras sobre a blogueira cubana Yoani Sánchez – em visita ao nosso zoológico - e mais algumas cubanices.
A moça cubana tem sido, nestes dias, o assunto recorrente da mídia eletrônica e das redes sociais, ou pelo menos de uma certa mídia direcionada e dita progressista. Vi e li alguma coisa, principalmente artigos e comentários desancando (ou seria melhor desqualificando?) a moça caribenha, que faz críticas ácidas ao regime e ao governo de Cuba. Quem estaria por trás da atividade midiática da ativista Yoani? Quem a financia? Com que intuito? Suas críticas ao governo cubano são justas? E por aí vai...

 
Não quero entrar nessa guerra, vou apenas justificar o título que dei ao texto.
Vamos aos pontos, portanto.
Se Cuba é a oitava maravilha do mundo, como querem alguns, milhares de cubanos não se teriam lançado ao mar em busca de vida melhor nas terras americanas. Esses fugitivos do regime são dissidentes e não traidores, como querem outros, esquecidos que era exatamente assim que eram rotulados nos idos de 1960/70, aqui no Brasil; agora estão no poder e se orgulham de suas façanhas passadas.
Mas Cuba também não é o inferno. Não há crianças abandonadas nas ruas, todo cubano tem um prato de comida para comer, moradia, educação e assistência médica de qualidade e gratuitas. Não há analfabetos.
Se o regime não criou riqueza, distribuiu a pobreza igualmente. Justíssimo! Ponto para Fidel!

 
Quanto às críticas políticas ao regime, são as mais óbvias e críveis: desrespeito aos direitos humanos e à liberdade de expressão.
Gente, é da natureza de toda ditadura, tanto de direita quanto de esquerda; os regimes ditatoriais só existem e se mantêm à custa do desrespeito a esses direitos; junto à força, o desrespeito é o modus
operandi das ditaduras. Nisso são todas iguais! E nós, brasileiros, sabemos disso muito bem. A ditadura cubana não é diferente. Ponto.

 
Agora vamos à vírgula.
A blogueira cubana diz que foi sequestrada durante quinze minutos por supostos agentes do governo cubano, e que foi por eles maltratada; diz ainda que tem fotos comprovando os maltratos. Mas se nega a mostrar as tais fotos, alegando reservá-las para a pertinente ação judicial.
Moça, se tem mesmo as fotos, mostre-as logo. Se não, fica parecendo encenação para a mídia ou para os seus admiradores (ou financiadores).
Pronto, falei.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Carnaval e política


Campeã do carnaval carioca: Unidos de Vila Isabel

com o samba-enredo "A Vila canta o Brasil celeiro do mundo – água no feijão que chegou mais um"
de Martinho e Tunico da Vila, Arlindo Cruz, André Diniz e Leonel.

 

Campeoníssima do carnaval brasileiro: Unidos do PMDB

com a quadrilha-enredo "Brasília, a casa da mãe Joana – prepara as tetas que eu estou de volta"
de Renan Calheiros, Henrique Eduardo Alves, Zé Sarney e demais quadrilheiros.

 


 

"Não dá para fazer muita coisa", desabafa o deputado federal Tiririca (PR – SP). Desiludido
 com a política, ele não pensa em se reeleger: quer voltar a ser palhaço. Perceberam a sutileza?

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Sobre verdades e mentiras


Vô Tônico me encomendou estes comentários sobre o post que rolou no face. Ele não quer se arreliar e quem se arrelia sou eu! Mas o que eu não faço pelo velho?
Pois vamos lá.
Novamente uma comparação com o governo do FHC. Será que este governo companheiro não adquire personalidade própria, recorrendo sempre a comparações com o passado? Começo a acreditar que o FHC foi mesmo muito importante na história recente deste país.
Naquele governo e àquela época, quando o preço da gasolina era 0,85 e terminou a 2,25, o governo/Petrobras executava uma política de alinhamento aos preços internacionais do petróleo. Buscava-se a verdade dos preços dos combustíveis.
Objetivo: criar condições de mercado que possibilitassem a concorrência interna, com outras empresas importando petróleo, refinando e comercializando derivados.
Aí entrou o governo companheiro e desmontou essa política (e outras).
Resultado: a Petrobras não tem concorrentes. A refinaria de Manguinhos resistiu enquanto durou o estoque de petróleo comprado a preços baixos e depois sobreviveu sonegando impostos. O fim dessa refinaria vocês sabem, frequentou o noticiário há pouco tempo. A Ipiranga, no Sul, investiu na reformulação técnica de sua planta de refino e passou à produção de derivados de maior valor agregado, como a nafta, por exemplo. A única empresa que arriscou alguma coisa foi a REPSOL, associando-se à Petrobras na refinaria Alberto Pasqualini - RS. Na verdade nada arriscou. Tratou-se de uma troca de ativos: a Petrobras cedeu um percentual de sua refinaria em troca de postos de gasolina na Argentina. Um ótimo negócio para ambas, creio.
Que empresa suportaria financiar a construção de uma refinaria, importar petróleo a preços internacionais e vender derivados internamente a preços subsidiados, ditados pelo governo/Petrobras?
E olha que o Brasil, àquela altura, precisava de mais refinarias.
E continua precisando.
Essa política de subsídios não é invenção dos companheiros, nem sequer é novidade: foi usada pelos militares e antes deles. E é, comprovadamente, ineficiente e até mesmo catastrófica para a economia! O subsídio é uma mentira econômica grave! Insustentável!
Na década de 1970 o governo promoveu um upgrade na telefonia nacional, que era jurássica. Até o Vô Tônico conseguiu comprar um telefone naquela ocasião. Pois bem: com o intuito de combater a inflação galopante, começaram a subsidiar as tarifas; com o tempo as telefônicas ficaram sucateadas e descapitalizadas, sem a menor condição de investir e muito menos de obter financiamentos. O principal acionista, o governo, também estava quebrado, renegociando dívidas. Mas o país precisava de comunicações modernas. O que fazer? Privatizar foi a solução!
E não me venham com o discurso do "Consenso de Washington"! Era a única solução! Com ou sem Consenso de Washington.
Todos ainda devem lembrar-se do discurso do ex-presidente Lula defendendo o programa do etanol brasileiro, que andava meio caído: era o melhor programa de energia alternativa renovável do mundo. E era. Lula reclamou dos EUA por sobretaxarem o nosso etanol, inibindo as exportações do excedente para aquele país. E incentivou a produção de carros Flex para o mercado interno. Só esqueceu (os seus assessores) de estimular igualmente os canavieiros e os usineiros de etanol. E tome carro Flex no mercado!
Conclusão desta bela história: o consumo cresceu muito, faltou etanol no mercado e a Petrobras teve de importá-lo dos EUA! Os americanos quase morreram de rir!
Enquanto isso, subsidiavam-se derivados de petróleo (gasolina e diesel), uma energia suja! Incoerência inominável!
Agora perceberam a burrada e começam a fazer o que o FHC já havia feito lá atrás! Depois de a Petrobras acender a luz amarela, com 32 bilhões de prejuízo e queda vertiginosa de suas ações em Bolsa (queda de 50%).
Mas não contesto o post em questão. São verdadeiros os dados nele apresentados. Apesar disso, são verdades que escondem mentiras, fato comum na propaganda política que não é feita para esclarecer, mas para confundir.

 

 
Pronto, dever cumprido. E já que é chegado o reinado de Momo, vou cair na gandaia com a formiguinha. Aquela formiguinha, vocês sabem... Eu de pierrô, ela de colombina, que tal? Fui.

domingo, 27 de janeiro de 2013

Procurando culpados


Dando prosseguimento aos comentários sobre a peça de propaganda mencionada na postagem anterior, levanto agora outro tema nela exposto: a culpa pelas dificuldades por que passam ou passaram os autores daqueles malfeitos.
É sempre difícil admitir os próprios erros, mormente quando esses erros e suas consequências vão além do indivíduo e alcançam interesses políticos mais abrangentes. A norma é negar tudo, sempre, mesmo que as evidências sejam inquestionáveis. E alegar inocência. E se possível apontar um culpado. É confortável e conveniente.
Melhor ainda, se os culpados forem entidades estrangeiras ou mesmo nacionais com algum poder e independência.
Nas décadas 1960/70, a culpada recorrente era a CIA. E na outra vertente do pensamento político, a KGB. E não digo que não fossem, em alguns casos e em algum nível.
Mais à frente vamos encontrar outro culpado, sempre citado nas conversas e discussões políticas, um tal de Consenso de Washington, este menos tangível e mais fantasioso. Até hoje não sei se realmente existiu ou se foi mera ficção do pensamento progressista – mais uma teoria da conspiração.
Agora a culpada é a mídia em geral e a Rede Globo em particular. Coincidência ou não, durante a ditadura os militares também acusavam a mídia de promover campanhas orquestradas com a finalidade de isolar o governo do povo. Nada de novo. E não só no Brasil: na Venezuela, na Argentina, para citar os casos mais evidentes e próximos.
Depois do julgamento do escândalo do mensalão, o rol de culpados foi acrescido de mais um vilão: o STF. Sim, meus senhores, o Supremo Tribunal Federal! Ao lado da Globo, na tal peça de propaganda.
Te cuida, Joaquim Barbosa!

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Uma corrupção mixuruca


Rolou no face um post, visualmente muito bem elaborado, apresentando uma lista de escândalos de corrupção. Encabeçando a lista, o caso do mensalão, ladeado pela cifra de cinquenta milhões, seguido de outros igualmente valorados com cifras em crescendo, até fechar com uma tal de privataria, avaliado em cinco bilhões.
Está claro que essa privataria refere-se às privatizações ocorridas no governo FHC. Não sei, porém, onde está o escândalo nem de onde surgiu a cifra de cinco bilhões. O autor nada esclarece.
Está claro também que se trata de uma peça de propaganda (de quem?) com o intuito de minimizar o malfeito da companheirada julgada e condenada pelo STF. "Tadinhos, foi uma corrupçãozinha mixa, de cinquenta milhões".
Cinquenta milhões porque foi denunciada, se não, estaria esvaindo cifras pelo ralo até hoje. E neste caso pouco importa o valor, o que mais importa é a natureza da ação, a sua essência; importam os objetivos dos companheiros envolvidos. Importa, e muito, o resultado que se pretendia com essa corrupçãozinha mixuruca: subjugar um dos poderes da República, o Congresso, para que a companheirada aprovasse tudo o que fosse necessário para a execução do seu projeto político. Foi um ataque à independência dos poderes, um ataque à República, em suma, um ataque à democracia. Perpetrado pelos mesmos que lá atrás, na década de 1960, pegaram em armas para defendê-la!
Neste sentido, foi o mais grave caso de corrupção jamais visto neste país!
E o presidente não sabia de nada!
Eu, o elefante sutil, disse.

Editado em 04/04/2013

 
O post que menciono no texto acima tinha cifras menores. Este, mais recente,
está bastante inflacionado: a privataria (?) passou de 5 para 100 bilhões! Há
inflação que explique o inchaço?Acreditam mesmo que o Brazilian Post
 publicou isto? Acordem, usuários do face! 

domingo, 13 de janeiro de 2013

Nós também somos culpados

O túnel da grota funda está com problemas estruturais e a pista de rolagem do BRT  Transoeste toda esburacada e afundando em alguns trechos. Isto a sete meses da inauguração!
E lá se foi o nosso dinheiro pelo ralo!
A prefeitura culpa a construtora e esta se exime de culpa alegando que executou o projeto da prefeitura. Não importa se foi erro de projeto ou de execução. Se de execução, a prefeitura deveria ter fiscalizado e , pelo visto, não o fez.
Para mim está claro o que ouve: pressa para inaugurar a obra antes do pleito que deu mais um mandato ao nosso prefeito!
O projeto feito às pressas, sem os estudos preliminares necessários (geológicos, pluviométricos, etc) e prazos curtos, não podia dar outro resultado. Agora é consertar tudo, com o nosso dinheiro. E o prefeito continua rindo e falando pelos cotovelos.
Também somos culpados porque o elegemos e sempre nos deixamos impressionar por obras inauguradas na boca da urna.
Esperamos, senhor prefeito, que as outras vias em execução - Transolímpica e Transcarioca - estejam sendo feitas com menos açodamento e mais cuidado técnico, para que as paguemos apenas uma vez.

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Ressuscitando defuntos


Rolou no face uma matéria de autoria (se não estou equivocado) de ZÉ Augusto, no blog "Os amigos do Brasil".
Diz a matéria que uma empresa, criada com capital de R$ 100,00, foi capitalizada, 42 dias depois, com R$ 5.000.000,00. Titular da empresa: Verônica Allende Serra, filha de José Serra. Isto quando ele era Ministro da Saúde e pré-candidato à presidência da república. A matéria ainda apresenta dados referentes à empresa, tais como: constituição, mudança de nome, mudança de titular/sócios, aporte de capital, etc. Só. Não apresenta nenhum dado ou indício da origem dos 5 milhões. Nessa origem é que pode haver algum ilícito. Ou não.
O articulista menciona ainda o caso PALOCCI, quando foi constatado que seu patrimônio cresceu 20x em 4 anos. E enfatiza que no caso de Verônica o patrimônio de sua empresa cresceu 50.000x em apenas 42 dias!
Uma vez que não foi apresentado indício ilegal da origem dos 5 milhões, o que está querendo provar o "amigo do Brasil"?
Será que pretende demonstrar que a honestidade se mede com parâmetros monetários? Tipo: + $ = + desonestidade; - $ = - desonestidade.
Ou estará querendo provar simplesmente que sabe matemática?
Outra coisa: o Serra não estava morto? Estará o amigo querendo ressuscitá-lo?
Qualé a tua, mano? Tá maluco? Deixa o defunto jazer em paz!
E mais uma coisa, por fim: EU NÃO SOU INIMIGO DO BRASIL!