sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Sobre verdades e mentiras


Vô Tônico me encomendou estes comentários sobre o post que rolou no face. Ele não quer se arreliar e quem se arrelia sou eu! Mas o que eu não faço pelo velho?
Pois vamos lá.
Novamente uma comparação com o governo do FHC. Será que este governo companheiro não adquire personalidade própria, recorrendo sempre a comparações com o passado? Começo a acreditar que o FHC foi mesmo muito importante na história recente deste país.
Naquele governo e àquela época, quando o preço da gasolina era 0,85 e terminou a 2,25, o governo/Petrobras executava uma política de alinhamento aos preços internacionais do petróleo. Buscava-se a verdade dos preços dos combustíveis.
Objetivo: criar condições de mercado que possibilitassem a concorrência interna, com outras empresas importando petróleo, refinando e comercializando derivados.
Aí entrou o governo companheiro e desmontou essa política (e outras).
Resultado: a Petrobras não tem concorrentes. A refinaria de Manguinhos resistiu enquanto durou o estoque de petróleo comprado a preços baixos e depois sobreviveu sonegando impostos. O fim dessa refinaria vocês sabem, frequentou o noticiário há pouco tempo. A Ipiranga, no Sul, investiu na reformulação técnica de sua planta de refino e passou à produção de derivados de maior valor agregado, como a nafta, por exemplo. A única empresa que arriscou alguma coisa foi a REPSOL, associando-se à Petrobras na refinaria Alberto Pasqualini - RS. Na verdade nada arriscou. Tratou-se de uma troca de ativos: a Petrobras cedeu um percentual de sua refinaria em troca de postos de gasolina na Argentina. Um ótimo negócio para ambas, creio.
Que empresa suportaria financiar a construção de uma refinaria, importar petróleo a preços internacionais e vender derivados internamente a preços subsidiados, ditados pelo governo/Petrobras?
E olha que o Brasil, àquela altura, precisava de mais refinarias.
E continua precisando.
Essa política de subsídios não é invenção dos companheiros, nem sequer é novidade: foi usada pelos militares e antes deles. E é, comprovadamente, ineficiente e até mesmo catastrófica para a economia! O subsídio é uma mentira econômica grave! Insustentável!
Na década de 1970 o governo promoveu um upgrade na telefonia nacional, que era jurássica. Até o Vô Tônico conseguiu comprar um telefone naquela ocasião. Pois bem: com o intuito de combater a inflação galopante, começaram a subsidiar as tarifas; com o tempo as telefônicas ficaram sucateadas e descapitalizadas, sem a menor condição de investir e muito menos de obter financiamentos. O principal acionista, o governo, também estava quebrado, renegociando dívidas. Mas o país precisava de comunicações modernas. O que fazer? Privatizar foi a solução!
E não me venham com o discurso do "Consenso de Washington"! Era a única solução! Com ou sem Consenso de Washington.
Todos ainda devem lembrar-se do discurso do ex-presidente Lula defendendo o programa do etanol brasileiro, que andava meio caído: era o melhor programa de energia alternativa renovável do mundo. E era. Lula reclamou dos EUA por sobretaxarem o nosso etanol, inibindo as exportações do excedente para aquele país. E incentivou a produção de carros Flex para o mercado interno. Só esqueceu (os seus assessores) de estimular igualmente os canavieiros e os usineiros de etanol. E tome carro Flex no mercado!
Conclusão desta bela história: o consumo cresceu muito, faltou etanol no mercado e a Petrobras teve de importá-lo dos EUA! Os americanos quase morreram de rir!
Enquanto isso, subsidiavam-se derivados de petróleo (gasolina e diesel), uma energia suja! Incoerência inominável!
Agora perceberam a burrada e começam a fazer o que o FHC já havia feito lá atrás! Depois de a Petrobras acender a luz amarela, com 32 bilhões de prejuízo e queda vertiginosa de suas ações em Bolsa (queda de 50%).
Mas não contesto o post em questão. São verdadeiros os dados nele apresentados. Apesar disso, são verdades que escondem mentiras, fato comum na propaganda política que não é feita para esclarecer, mas para confundir.

 

 
Pronto, dever cumprido. E já que é chegado o reinado de Momo, vou cair na gandaia com a formiguinha. Aquela formiguinha, vocês sabem... Eu de pierrô, ela de colombina, que tal? Fui.

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