domingo, 5 de novembro de 2023

Opinião

         A ONU vem se desgastando não é de hoje. Desde 2016 não consegue aprovar resoluções sobre conflitos no Oriente Médio, como se viu recentemente no Concelho de Segurança.

        O elefante sutil tem por opinião que esse desgaste ou enfraquecimento tem origem no poder de veto dos cinco membros permanentes do Concelho, que usam esse poder (alguns) para fazer política externa ou até mesmo interna de seus países, pouco importando a questão em pauta. Isto ficou evidente nas últimas assembleias quando os EUA vetaram a proposta de resolução apresentada pelo Brasil. Agora propõem o mesmo que o Brasil: corredores humanitários para facilitar a saída de estrangeiros de Gaza.

        Acredita ainda que precisa ser reformado o Concelho de Segurança; a continuar assim, a ONU segue o destino da antiga Liga das Nações.

        Falou e disse o elefante sutil.  

quarta-feira, 22 de abril de 2020

Ele só pensa naquilo

         Esse da "gripezinha" falou a apoiadores e repórteres na manhã de segunda-feira próxima passada  : 70% da população será contaminada pelo coronavírus, não tem como escapar, é a verdade. Vocês têm medo da verdade?
          Não, Sr gripezinha, não temos medo da verdade. Temos medo de quem fala verdades incompletas, de quem conta histórias pela metade, tentando enganar quem ouve, dizendo apenas a verdade mais conveniente para si, omitindo tudo que não serve a seus propósitos.
          É claro que 70% da população será contaminada, talvez mais. Isso é verdade. Isso é irremediável. Isso é até desejável, pois os que o forem (infectados) terão desenvolvido anti-corpos, estando portanto supostamente imunizados.
          O isolamento ou distanciamento social não pretende evitar o contágio, mas tão somente prolongá-lo no tempo, dando ao sistema de saúde (SUS) oportunidade de preparar-se, ampliar-se, equipar-se para poder atender a todos que dele precisem, sem colapsar, o que já ocorre em alguns lugares, como Manaus, antes mesmo do pico da pandemia.
          Mas o Sr gripezinha está se lixando para o SUS. Se for contaminado, correrá para o Sírio-Libanês, em São Paulo. Que se lixe o SUS e quem dele depende.
          O Sr gripezinha se preocupa com a economia. Indiretamente, diga-se. Ele sabe que se a economia estiver ruim em 2022, terá muita dificuldade em reeleger-se. Ele só pensa nisso.

quarta-feira, 8 de agosto de 2018

Educação ou doutrinamento

Há tempos estive ajudando Yasmin a estudar geografia. O livro adotado por sua escola iniciava com uma introdução histórica acerca da economia capitalista em contraponto à socialista. Nada a estranhar nessa introdução, apesar de longa, uma vez que muito da geografia humana deriva da atividade e presença  histórica do homem em seu habitat. História e Geografia se entrelaçam. Trata-se do critério pedagógico da transversalidade das disciplinas.
Após discorrer sobre o modo de produção capitalista, suas características, etapas de desenvolvimento, crises cíclicas, etc, o autor afirmava que muitos países socialistas estavam revertendo suas economias para o capitalismo. E que já quase não havia países socialistas.
Até aí nada a contestar. São fatos.
Finalmente o autor apresenta um texto de aprofundamento do tipo "saiba mais", com o seguinte título: "Existe uma alternativa ao capitalismo". Assim mesmo, afirmativamente!
Além de discorrer sobre as vantagens, apresenta duas  críticas ao socialismo, quais sejam: o socialismo não conseguiu acabar com as classes sociais e foi implantado por regimes autocráticos, alguns deles muito duros (e bota dureza nisso!). Nada diz sobre a economia socialista. Meus neurônios protestaram!
Como pode o socialismo ser uma alternativa, se os países socialistas estão revertendo ao capitalismo, como afirma o autor e é notório a todos? Por que estão fazendo isso?
Porque, digo eu, a economia socialista não funcionava bem, pelo menos não tão bem quanto desejável e necessário.
O que fazia Gorbachev com a sua perestroika nos primeiros anos da década de 1990?
Tentava reformar a economia soviética, introduzindo procedimentos típicos ou análogos aos do capitalismo, alguns já indicados por Lenin em seu plano econômico e jamais adotados, tais como a "contabilidade total de custos". Gorbachev tentava fazer uma revolução dentro da revolução, como dizia. Não foi feliz.
Esta é a crítica que faltou dizer, um "esquecimento" ou omissão deliberada do autor com intuito ideológico. Não inventou, não mentiu, mas omitiu uma explicação ou comentário pertinente e necessário.
Simples assim.

domingo, 5 de agosto de 2018

O jogo do crioulo doido

Desculpem a expressão politicamente incorreta, mas adequada ao momento político que vivemos.
Os jogadores estão em campo, aquecendo. Torcedores apáticos. Arquibancada quase vazia. Não há técnico. O juiz é o povo.
O melhor jogador, um craque, apesar de inscrito para o jogo, não poderá adentrar o gramado, "vitimado" que foi por "injustiças" político-jurídicas. Mas promete enviar representante, no momento decisivo da partida, ao qual pretende transferir seu talento de goleador.
Pelo centro do gramado, Álvaro, Alckmin e o neófito Amoêdo disputam a bola entre si, diminuindo as oportunidades de avanço até a meta e aumentando a chance do adversário. Um quarto meio-campista se insinua, quase sem tocar na bola. É o Meirelles. Torço para que cresça no jogo a ponto de ampliar a discussão dos fundamentos envolvidos, sem negaças e demagogias, possibilitando à plateia melhor consciência da realidade que permeia o confronto.
Próxima à lateral esquerda, Marina incursiona também pelo centro, com bastante equilíbrio e consciência do jogo, aprendiz da máxima futebolística que diz: "pelo centro é que se ganha o jogo". E conta com alguma simpatia da torcida feminista, o que não é pouca coisa. Mas nisso tem um contraponto na atleta Manuela que joga na extrema esquerda, por Boulos acompanhada de perto.
Também pela esquerda, Ciro, o que sabe tudo, acena para o centro, mas ninguém lhe passa a bola. Então acena para a esquerda, idem. Fica isolado, mas promete algumas jogadas heterodoxas no intuito de atrair o jogo para si. Temo os jogadores que sabem tudo e essas heterodoxias que já deram errado em outras oportunidades (lembram da Dilma?). Prefiro o feijão-com-arroz que seja eficiente e sustentável.
Enfim, correndo pela extrema direita, Bolsonaro, o que não sabe nada de nada, mas é especialista em faltas, bravatas e grosserias. Em campo é um perna-de-pau - jogo duro e sem criatividade. É jogador que não faz finta, mas fita. No meu entender, muitas de suas intervenções nada mais são que o script de um roteiro estudado e decorado, no intuito de surfar na onda conservadora que se espraia pelo mundo. Se ao menos fosse autêntico... Mas não, é apenas um personagem. Espero que seja expulso no segundo tempo.
No mais, alguns jogadores perdidos em campo que só estão no jogo para marcar presença e obter vantagens extra-campo.
Desculpem, queridos, por mais esta brincadeira. Sei tratar-se de questão extremamente importante e complexa. Nunca estive tão indeciso. Mesmo esta brincadeira foi um exercício mental na tentativa de situar-me no pleito. Sei que votarei. Em quem? Ainda não sei. Mas escolherei um candidato equilibrado, nem tanto ao mar nem tanto à serra, ou seja, evitando as extremas, por mais sedutoras que possam parecer.
O barco navega com dificuldade, quase à deriva. Qualquer manobra mais impetuosa ou desajeitada pode aderná-lo. Ou afundá-lo de vez.

terça-feira, 17 de julho de 2018

A copa da diversidade

Assisti ao jogo Brasil-Bélgica nas quartas-de-final desta Copa do mundo. Um bom jogo, em que o Brasil poderia ter vencido. Mas perdeu. Ou melhor, a Bélgica é que ganhou.
Mas não quero lembrar do jogo em si, quero lembrar das palavras do Galvão Bueno após a derrota, talvez para compensar a própria frustração e a dos tele-expectadores. Galvão apresentou uma estatística sobre o número de jogadores brasileiros, atuando por outras seleções, que marcaram gols no certame: nada menos de sete brasileiros, três deles na seleção portuguesa.
Outras seleções também apresentaram times mesclados cultural e etnicamente, como a própria Bélgica e, principalmente, a França, que acabou por sagrar-se bicampeã.
No caso dos brasileiros, evidentemente, são jogadores com dupla nacionalidade, mas casos há em que "os de fora" são naturais do país que defenderam, filhos ou netos de imigrantes. É só reparar no plantel francês.
Chamo a atenção para o fato, no meu entender o mais emblemático desta copa, em virtude das recentes migrações de refugiados para a Europa, que causaram, e ainda causam, inúmeras manifestações de xenofobia.
Claro está que migrações deste tipo, em grande quantidade de pessoas e em curto espaço de tempo, sem possibilidade de qualquer planejamento prévio, hão de causar, sim, grandes transtornos e dificuldades de toda ordem, aos governos e aos habitantes locais. Nenhum país está preparado para isso.
Mas há que pensar num dos lemas da revolução francesa: fraternidade!
Somos todos homo sapiens, diversos na geografia e na cultura, e eventualmente na cor da pele e outras características físicas, mas somos todos, essencialmente, iguais (outro lema da revolução francesa).
Os muros caíram para que houvesse liberdade (viva a França!) de ir e vir a quem precisar, quiser e puder.
E, queridos, se no presente a diversidade pode ainda dividir, no futuro somará!    

sábado, 13 de setembro de 2014

Por que não somos o Brasil varonil


Nos meus 68 anos completados ontem, eu já vi esse filme pelo menos duas vezes, com algumas diferenças no roteiro e no estilo dos atores, mas essencialmente o mesmo dramalhão – ou tragédia! O povo insatisfeito com tanta corrupção, serviços de má qualidade, carestia, insegurança e dúvidas quanto ao rumo a dar ao país. Mas quer mudanças! Quais? Aí vem um “salvador da pátria”, um “messias”  que a tudo promete dar jeito e a todos contentar, varrer a corrupção e pôr ordem na casa, com justiça e equidade.  Anteontem foi o discurso moralista do “homem da vassoura”, ontem o do “caçador de marajás”. Discursos de apelo altamente emocional, sem alicerce partidário e político. Deu no que deu.


O candidato faxineiro
O caçador de marajás















Hoje estamos vivendo outra onda emocional; o discurso agora é o da “nova política”.
Não estou comparando Marina aos ex-presidentes Jânio Quadros e Fernando Collor. Não! A moça até me parece decente, imaculada mesmo, e leve como folha seca ao sabor do vento. E não digo isto em referência ao seu porte macilento e frágil. Refiro-me ao vai-e-volta, às contorções orgânicas de lagarta na metamorfose para livrar-se das próprias contradições e alçar voo de borboleta, encantando a gregos e troianos. Nisto creio que teve por mestre o Lula, que fazia o mesmo na campanha de 2002, dizendo nos sindicatos o que os operários queriam ouvir, e nos patronatos o que desejavam ouvir os patrões.


Os sonháticos

Marina foi guindada a cabeça de chapa por uma tragédia inesperada. Não estava e não está preparada. Por seu perfil, encarnou o clima de insatisfação e protesto difuso e confuso – contra tudo isso que está aí -  que se viu nas ruas em junho de 2013. Não construiu um discurso; o discurso estava pronto, esperando apenas por um “messias”. Terá condições de o levar à prática? E que “nova política”, se cairá no colo do PT?
Escrevo estas linhas com pesar e desalento. Ainda somos um povo que deseja e espera por um messias salvador capaz de tornar real toda utopia. É o nosso Brasil pueril. Temo que serão mais quatro anos perdidos!

quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Falando em socialismo…


Encontrei este texto na casa de um amigo e considerei-o interessante e engraçado. Repasso-o para vocês.

Professor reprova classe inteira
Um professor de economia em uma universidade americana disse que nunca havia reprovado um só aluno, até que certa vez reprovou uma classe inteira.
Esta classe em particular havia insistido que o socialismo realmente funcionava: com um governo assistencialista intermediando a riqueza ninguém seria pobre e ninguém seria rico, tudo seria igualitário e justo.
O professor então disse, “Ok, vamos fazer um experimento socialista nesta classe. Ao invés de dinheiro, usaremos suas notas nas provas”.




Todas as notas seriam concedidas com base na média da classe, e portanto seriam “justas”. Todos receberão as mesmas notas, o que significa que em teoria ninguém será reprovado, assim como também ninguém receberá um “A”.
Após calculada a média da primeira prova todos receberam “B”. Quem estudou com dedicação ficou indignado, mas os alunos que não se esforçaram ficaram muito felizes com o resultado.
Quando a segunda prova foi aplicada os preguiçosos estudaram ainda menos – eles esperavam tirar notas boas de qualquer forma. Já aqueles que tinham estudado bastante no início resolveram que também se aproveitariam do trem da alegria das notas. Como resultado a segunda média das provas foi “D”. Ninguém gostou.
Depois da terceira prova a média geral foi “F”. As notas não voltaram a patamares mais altos e as desavenças entre alunos, palavrões e busca de culpados, passaram a fazer parte da atmosfera das aulas daquela classe. A busca por “justiça” tinha sido a principal causa das reclamações, inimizades e senso de injustiça que passaram a fazer parte daquela turma. No final das contas ninguém queria mais estudar para beneficiar o resto da sala. Portanto, todos os alunos repetiram aquela disciplina… Para sua total surpresa.




O professor explicou: “O experimento socialista falhou porque quando a recompensa é grande o esforço pelo sucesso individual é grande. Mas quando o governo elimina todas as recompensas ao tirar coisas dos outros para dar aos que não trabalharam por elas, então ninguém mais vai tentar ou querer fazer o seu melhor. E completou a aula:
1. Você não pode levar o mais pobre à prosperidade apenas tirando a prosperidade do mais rico;
2.Para cada um recebendo sem trabalhar, há uma pessoa trabalhando sem receber;
3. O governo não consegue dar nada a ninguém sem que tenha tomado de outra pessoa;
4. Ao contrário do conhecimento, é impossível multiplicar a riqueza tentando dividi-la;
5. Quando metade da população entende a ideia  de que não precisa trabalhar, pois a outra metade irá sustentá-la, e quando esta outra metade entende que não vale mais a pena trabalhar para sustentar aquela, então chegamos ao começo do fim de uma nação.

É como dizia Margaret Thatcher: o socialismo acaba quando acaba o dinheiro dos outros.