domingo, 24 de fevereiro de 2013

Dois pontos e uma vírgula


Nada a ver com regras de pontuação. Quero apenas escrever umas poucas palavras sobre a blogueira cubana Yoani Sánchez – em visita ao nosso zoológico - e mais algumas cubanices.
A moça cubana tem sido, nestes dias, o assunto recorrente da mídia eletrônica e das redes sociais, ou pelo menos de uma certa mídia direcionada e dita progressista. Vi e li alguma coisa, principalmente artigos e comentários desancando (ou seria melhor desqualificando?) a moça caribenha, que faz críticas ácidas ao regime e ao governo de Cuba. Quem estaria por trás da atividade midiática da ativista Yoani? Quem a financia? Com que intuito? Suas críticas ao governo cubano são justas? E por aí vai...

 
Não quero entrar nessa guerra, vou apenas justificar o título que dei ao texto.
Vamos aos pontos, portanto.
Se Cuba é a oitava maravilha do mundo, como querem alguns, milhares de cubanos não se teriam lançado ao mar em busca de vida melhor nas terras americanas. Esses fugitivos do regime são dissidentes e não traidores, como querem outros, esquecidos que era exatamente assim que eram rotulados nos idos de 1960/70, aqui no Brasil; agora estão no poder e se orgulham de suas façanhas passadas.
Mas Cuba também não é o inferno. Não há crianças abandonadas nas ruas, todo cubano tem um prato de comida para comer, moradia, educação e assistência médica de qualidade e gratuitas. Não há analfabetos.
Se o regime não criou riqueza, distribuiu a pobreza igualmente. Justíssimo! Ponto para Fidel!

 
Quanto às críticas políticas ao regime, são as mais óbvias e críveis: desrespeito aos direitos humanos e à liberdade de expressão.
Gente, é da natureza de toda ditadura, tanto de direita quanto de esquerda; os regimes ditatoriais só existem e se mantêm à custa do desrespeito a esses direitos; junto à força, o desrespeito é o modus
operandi das ditaduras. Nisso são todas iguais! E nós, brasileiros, sabemos disso muito bem. A ditadura cubana não é diferente. Ponto.

 
Agora vamos à vírgula.
A blogueira cubana diz que foi sequestrada durante quinze minutos por supostos agentes do governo cubano, e que foi por eles maltratada; diz ainda que tem fotos comprovando os maltratos. Mas se nega a mostrar as tais fotos, alegando reservá-las para a pertinente ação judicial.
Moça, se tem mesmo as fotos, mostre-as logo. Se não, fica parecendo encenação para a mídia ou para os seus admiradores (ou financiadores).
Pronto, falei.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Carnaval e política


Campeã do carnaval carioca: Unidos de Vila Isabel

com o samba-enredo "A Vila canta o Brasil celeiro do mundo – água no feijão que chegou mais um"
de Martinho e Tunico da Vila, Arlindo Cruz, André Diniz e Leonel.

 

Campeoníssima do carnaval brasileiro: Unidos do PMDB

com a quadrilha-enredo "Brasília, a casa da mãe Joana – prepara as tetas que eu estou de volta"
de Renan Calheiros, Henrique Eduardo Alves, Zé Sarney e demais quadrilheiros.

 


 

"Não dá para fazer muita coisa", desabafa o deputado federal Tiririca (PR – SP). Desiludido
 com a política, ele não pensa em se reeleger: quer voltar a ser palhaço. Perceberam a sutileza?

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Sobre verdades e mentiras


Vô Tônico me encomendou estes comentários sobre o post que rolou no face. Ele não quer se arreliar e quem se arrelia sou eu! Mas o que eu não faço pelo velho?
Pois vamos lá.
Novamente uma comparação com o governo do FHC. Será que este governo companheiro não adquire personalidade própria, recorrendo sempre a comparações com o passado? Começo a acreditar que o FHC foi mesmo muito importante na história recente deste país.
Naquele governo e àquela época, quando o preço da gasolina era 0,85 e terminou a 2,25, o governo/Petrobras executava uma política de alinhamento aos preços internacionais do petróleo. Buscava-se a verdade dos preços dos combustíveis.
Objetivo: criar condições de mercado que possibilitassem a concorrência interna, com outras empresas importando petróleo, refinando e comercializando derivados.
Aí entrou o governo companheiro e desmontou essa política (e outras).
Resultado: a Petrobras não tem concorrentes. A refinaria de Manguinhos resistiu enquanto durou o estoque de petróleo comprado a preços baixos e depois sobreviveu sonegando impostos. O fim dessa refinaria vocês sabem, frequentou o noticiário há pouco tempo. A Ipiranga, no Sul, investiu na reformulação técnica de sua planta de refino e passou à produção de derivados de maior valor agregado, como a nafta, por exemplo. A única empresa que arriscou alguma coisa foi a REPSOL, associando-se à Petrobras na refinaria Alberto Pasqualini - RS. Na verdade nada arriscou. Tratou-se de uma troca de ativos: a Petrobras cedeu um percentual de sua refinaria em troca de postos de gasolina na Argentina. Um ótimo negócio para ambas, creio.
Que empresa suportaria financiar a construção de uma refinaria, importar petróleo a preços internacionais e vender derivados internamente a preços subsidiados, ditados pelo governo/Petrobras?
E olha que o Brasil, àquela altura, precisava de mais refinarias.
E continua precisando.
Essa política de subsídios não é invenção dos companheiros, nem sequer é novidade: foi usada pelos militares e antes deles. E é, comprovadamente, ineficiente e até mesmo catastrófica para a economia! O subsídio é uma mentira econômica grave! Insustentável!
Na década de 1970 o governo promoveu um upgrade na telefonia nacional, que era jurássica. Até o Vô Tônico conseguiu comprar um telefone naquela ocasião. Pois bem: com o intuito de combater a inflação galopante, começaram a subsidiar as tarifas; com o tempo as telefônicas ficaram sucateadas e descapitalizadas, sem a menor condição de investir e muito menos de obter financiamentos. O principal acionista, o governo, também estava quebrado, renegociando dívidas. Mas o país precisava de comunicações modernas. O que fazer? Privatizar foi a solução!
E não me venham com o discurso do "Consenso de Washington"! Era a única solução! Com ou sem Consenso de Washington.
Todos ainda devem lembrar-se do discurso do ex-presidente Lula defendendo o programa do etanol brasileiro, que andava meio caído: era o melhor programa de energia alternativa renovável do mundo. E era. Lula reclamou dos EUA por sobretaxarem o nosso etanol, inibindo as exportações do excedente para aquele país. E incentivou a produção de carros Flex para o mercado interno. Só esqueceu (os seus assessores) de estimular igualmente os canavieiros e os usineiros de etanol. E tome carro Flex no mercado!
Conclusão desta bela história: o consumo cresceu muito, faltou etanol no mercado e a Petrobras teve de importá-lo dos EUA! Os americanos quase morreram de rir!
Enquanto isso, subsidiavam-se derivados de petróleo (gasolina e diesel), uma energia suja! Incoerência inominável!
Agora perceberam a burrada e começam a fazer o que o FHC já havia feito lá atrás! Depois de a Petrobras acender a luz amarela, com 32 bilhões de prejuízo e queda vertiginosa de suas ações em Bolsa (queda de 50%).
Mas não contesto o post em questão. São verdadeiros os dados nele apresentados. Apesar disso, são verdades que escondem mentiras, fato comum na propaganda política que não é feita para esclarecer, mas para confundir.

 

 
Pronto, dever cumprido. E já que é chegado o reinado de Momo, vou cair na gandaia com a formiguinha. Aquela formiguinha, vocês sabem... Eu de pierrô, ela de colombina, que tal? Fui.