domingo, 27 de janeiro de 2013

Procurando culpados


Dando prosseguimento aos comentários sobre a peça de propaganda mencionada na postagem anterior, levanto agora outro tema nela exposto: a culpa pelas dificuldades por que passam ou passaram os autores daqueles malfeitos.
É sempre difícil admitir os próprios erros, mormente quando esses erros e suas consequências vão além do indivíduo e alcançam interesses políticos mais abrangentes. A norma é negar tudo, sempre, mesmo que as evidências sejam inquestionáveis. E alegar inocência. E se possível apontar um culpado. É confortável e conveniente.
Melhor ainda, se os culpados forem entidades estrangeiras ou mesmo nacionais com algum poder e independência.
Nas décadas 1960/70, a culpada recorrente era a CIA. E na outra vertente do pensamento político, a KGB. E não digo que não fossem, em alguns casos e em algum nível.
Mais à frente vamos encontrar outro culpado, sempre citado nas conversas e discussões políticas, um tal de Consenso de Washington, este menos tangível e mais fantasioso. Até hoje não sei se realmente existiu ou se foi mera ficção do pensamento progressista – mais uma teoria da conspiração.
Agora a culpada é a mídia em geral e a Rede Globo em particular. Coincidência ou não, durante a ditadura os militares também acusavam a mídia de promover campanhas orquestradas com a finalidade de isolar o governo do povo. Nada de novo. E não só no Brasil: na Venezuela, na Argentina, para citar os casos mais evidentes e próximos.
Depois do julgamento do escândalo do mensalão, o rol de culpados foi acrescido de mais um vilão: o STF. Sim, meus senhores, o Supremo Tribunal Federal! Ao lado da Globo, na tal peça de propaganda.
Te cuida, Joaquim Barbosa!

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